Dia Internacional de Atenção à Gagueira.

Gagueira é coisa séria!

Imagem: Dia Internacional de Atenção à Gagueira.

Gagueira não tem graça. Tem tratamento: Hoje, dia 22 de outubro é o dia internacional de atenção à gagueira. Embora pareça algo engraçado, o assunto é muito sério e merece toda atenção e a divulgação de informações a respeito.

O que é a gagueira? O Instituto Brasileiro de Fluência define a gagueira:

A gagueira está codificada na “Classificação Internacional de Doenças” (CID-10) com os caracteres F98.5. Desta forma, a gagueira é cientificamente considerada como distúrbio ou transtorno de fluência da fala.

O problema central na gagueira consiste em uma dificuldade do cérebro para sinalizar o término de um som ou uma sílaba e passar para o próximo. Desta forma, a pessoa consegue iniciar a palavra, mas fica “presa” em algum som ou sílaba (geralmente o primeiro) até que o cérebro consiga gerar o comando necessário para dar prosseguimento com o restante da palavra.

Acredita-se que as estruturas cerebrais envolvidas com a gagueira sejam os núcleos da base, os quais estão envolvidos com a automatização de tarefas (dirigir, calcular, escrever, falar, etc.). Portanto, a dificuldade central na gagueira estaria em uma automatização deficiente dos movimentos de fala.

Estatísticas.

No Brasil, segundo o IBGE, a população está estimada em quase 192 milhões de pessoas.

A incidência da gagueira é de 5%, ou seja, 9 milhões e 589 mil brasileiros estão passando por um período de gagueira neste momento. Este número é maior do que a população da cidade do Rio de Janeiro.

A prevalência da gagueira é de 1%, ou seja, 1 milhão e 917 mil brasileiros gaguejam há muitos anos de forma persistente, crônica. Este número é maior do que a população de Manaus ou Curitiba.

➡ Separei algumas questões a respeito do assunto, segundo a Associação Brasileira de Gagueira (ABRA GAGUEIRA):

O que uma pessoa que gagueja sente ao gaguejar?

Os sintomas e as sensações são muito variáveis. Falando especificamente dos sintomas externos, a pessoa sente tensão muscular (no caso dos bloqueios) ou sente que não consegue mexer a língua ou os lábios (no caso dos prolongamentos e das repetições).

Além disso, a pessoa também pode sentir vergonha, raiva ou frustração por não conseguir falar como deseja.

Qual é a causa da gagueira?

Não existe uma única causa. A gagueira é encarada atualmente como um distúrbio causado por vários fatores. Existe o fator genético, que geralmente faz com que mais de um membro de uma mesma família seja afetado. Existe o fator orgânico que se refere a situações onde o cérebro da criança foi agredido (por exemplo, partos muito demorados podem causar uma diminuição momentânea da oxigenação do cérebro do bebê e isso pode estar ligado ao aparecimento da gagueira no futuro). Existe o fator social, o qual pode ser favorável ao aparecimento da gagueira quando o ambiente familiar ou escolar é muito agitado, quando as pessoas falam muito rápido ou com uma complexidade lingüística muito maior do que é adequada à idade da criança. Por fim, existe o fator psicológico que pode fazer com a pessoa tenha insegurança ou medo na hora de falar; é importante deixar claro que alguns sintomas psicológicos são causa e outros são conseqüências da gagueira. Os modelos mais aceitos no meio científico, no entanto, consideram a causa da gagueira como multifatorial, ou seja, todos estes fatores estariam envolvidos, em maior ou menor grau (dependendo do caso).

Quais são os problemas que a gagueira pode causar a uma pessoa?

Nós utilizamos a fala durante boa parte de nosso dia e para atingir objetivos específicos, como: transmitir informações, exercer influência e poder, oferecer soluções para problemas, cultivar o humor, refletir sobre a estética dos ambientes, estimular o pensamento. Uma pessoa que gagueja tende a falar menos e isso interfere quantitativa e qualitativamente nos objetivos atingidos. Vamos exemplificar. No ambiente de trabalho, se a pessoa fala menos, seus colegas e chefes poderão não saber quais são seus verdadeiros interesses (o que pode comprometer o cargo que a pessoa ocupa), ela pode não defender seus pontos de vista (fazendo com que colegas e chefes não saibam o quanto ela pode ser inteligente e coerente), pode não conviver socialmente com os colegas como gostaria (sendo considerado “o isolado”): isso tudo pode interferir direta ou indiretamente na remuneração financeira da pessoa que gagueja. No ambiente escolar, a pessoa que gagueja tende a participar menos durante as aulas, tende a não gostar de leituras em voz alta e provas orais, o que interfere em suas notas e no desenvolvimento de seu potencial. No ambiente familiar, a pessoa que gagueja pode participar pouco das decisões familiares e pode discutir menos sobre situações que a desagradam, fazendo com que se sinta frustada. Com esses exemplos, é possível perceber que a gagueira pode afetar muito negativamente a vida de uma pessoa.

O comportamento das pessoas pode piorar a gagueira de alguém?

Sim. Interlocutores que apressam a pessoa que gagueja para falar, que desaprovam a fala gaguejada, que não prestam atenção à fala ou que completam as palavras que a pessoa não está conseguindo dizer podem piorar momentaneamente o nível da gagueira. Não tomando essas atitudes, o interlocutor já está ajudando a pessoa que gagueja.

💡 Se você quiser mais informações a respeito da gagueira, visite os sites do Instituto Brasileiro de Fluência e da Associação Brasileira de Gagueira. 😉

Fontes:
Instituto Brasileiro de Fluência;
Associação Brasileira de Gagueira.
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