TBBT também é cultura…
photo credit: Daniel Semper
Acompanho a série The Big Bang Theory desde a sua primeira temporada e apesar de achar certos comportamentos dos personagens nerds um pouco exagerados, sempre acabo me identificando com algumas situações. Mas não estou aqui pra falar das situações com as quais me identifico na série, mas sim, comentar a respeito de uma que a princípio, imaginava que era deveras estranho e incapaz de acontecer, mas que afeta o personagem “Raj” ou Rajesh Koothrappali (Kunal Nayyar), quem conhece a série já deve saber do que estou falando: Raj é incapaz de falar com mulheres e segundo ele mesmo, incapaz de de falar com homens “afeminados” e durante as três temporadas não me lembro de nenhuma vez em que ele conversou com uma mulher sem estar sob efeito de álcool. Aliás, a única mulher com o qual já vi ele mantendo uma conversa foi com sua própria mãe via vídeo conferência em seu laptop, fato aliás que me fez duvidar que existisse algum problema com ele. Mas este tipo de comportamento realmente existe e tem nome! E num dos episódios ele comenta isso, e o tal problema que o impede de falar com mulheres tem nome: Mutismo seletivo.
Segundo a Wikipedia, a definição de mutismo seletivo:
[…] No DSM-IV – Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, o mutismo seletivo é descrito como uma desordem psicológica infrequente nas crianças. Crianças e adultos com o transtorno são completamente capazes de falar e compreender a linguagem, mas não o fazem em certas situações sociais, quando é o que se espera deles. Funcionam normalmente em outras áreas do comportamento e aprendizagem, mas se privam severamente de participar em atividades em grupo. É como uma forma extrema de timidez, mas a intensidade e a duração a distinguem. Como exemplo, uma criança pode ficar completamente calada na escola, por anos, mas falar livremente ou até excessivamente em casa. […]
As causas desse comportamento ainda são pouco identificadas, o site Psiqueweb apresenta algumas considerações:
[…] O mutismo seletivo tem causa obscura e, até o momento, parece ter origem multifatorial. Acredita-se que a influência dos fatores ambientais e situações interpessoais sejam de grande peso para o desenvolvimento do mutismo seletivo. Ele pode ser deflagrado por uma experiência negativa pela qual a criança passou – uma violência física ou verbal, ou uma grande decepção.
A genética também tem um peso importante: estatísticas mostram que muitas crianças afetadas pelo transtorno têm um parente próximo com histórico de transtornos emocionais e a patologia é mais encontrada nos filhos de pais tímidos ou distantes.
A influência do comportamento dos pais nos relacionamentos com outras pessoas, bem como suas alterações de humor podem dar à criança impressões problemáticas sobre o relacionamento humano, gerando certa ansiedade fóbica social. A própria personalidade da criança pode favorecer aparecimento do transtorno.
Em alguns casos o mutismo seletivo ocorre após algum trauma, como morte, início escolar, seqüestro, violência. Todos de alguma maneira relacionados à separação do cuidador da criança, sendo considerado um tipo de transtorno fóbico. […]
Entre os aspectos negativos estão:
- Os portadores do Mutismo Seletivo encontram dificuldade em manter contato visual.
- Com frequência não sorriem em público ou em expressões vazias (sempre em público).
- Se movem de forma rígida e torpe.
- Não podem manejar situações onde se espera que falem normalmente, como uma saudação, uma despedida ou um agradecimento.
- Tendem a preocupar-se mais com as coisas de que o restante das pessoas.
- Podem ser muito sensíveis ao ruído e ao excesso de gente.
- Encontram dificuldade em falar sobre si mesmos ou expressar seus sentimentos.
Entre os aspectos positivos estão:
- Inteligência e percepção superior aos demais, sao curiosos.
- São sensíveis aos pensamentos e emoções alheias (empatia).
- Tem um grande poder de concentração.
- Com frequência tem um bom sentido do que é correto, incorreto e de justiça.
Os fatores mais relevantes no âmbito escolar são:
- Geração de expectativas negativas por parte dos professores e dos alunos com relação a possível evolução e normalização da fala da criança com Mutismo Seletivo. Tantos os professores como os colegas pensam e verbalizam que o Mudo Seletivo não fala, nem vai falar.
- Acomodação do entormo as dificuldades do Mudo Seletivo. O aluno deixa de fazer certas atividades acadêmicas porque não fala (não vai ao quadro, não participa de atividades com perguntas orais), os companheiros se tornam “intérpretes” do Mudo Seletivo, que responde sempre mediante gestos.
- Diminuição de situações em que é necessária a comunicação oral. Nem os professores nem os colegas pedem ao Mudo Seletivo respostas orais.
❗ Interessante, né?! 😯